É grátis? Então eu vou

Sumi. Me mandei dez dias pra Itália. Perdi aula e agora tô recuperando o tempo perdido.... e o dinheiro.A Itália é um país lindo, cheio de coisas pra ver, coisas pra comprar, museus para visitar e homens para conhecer. Mas todo essa diversão e arte tem um custo... alto! Por isso resolvi fazer um post de como ser sovina/avarento/pão-duro/mão de vaca em Madrid.

Fechem a carteira e venham comigo ...



É claro que existe um milhão de coisas que se pode fazer de graça em Madrid. Mas este post vai além dos parques, museus aos domingos e serviços de saúde pública. Se você não é muito chegado nesse clima fugere urbem, esse bucolismo de metrópole, e adora cinza, prédios e transito como eu, não se preocupe há muita coisa bem urbana pra se fazer sem apelar para o capitalismo. É só ficar ligado na seguinte frase: “Entrada libre hasta completar el aforo” – entrada livre até capacidade total. Além desses achados pela rua, se liga nos que eu jà encontrei:




Matadero Madrid é um centro de criação de arte contemporânea estabelecido em um antigo matadouro. Onde antes se matavam vacas, ovelhas e bezerros para vivarem refeição, hoje se criam conceitos e expõem ideias que alimentam a imaginação. Formado por uma escola de design, uma biblioteca especializada em arte, e espaços de intervenção (incluindo corredores, entradas e jardins). Tem concerto, tem minicurso, flash mobs, aulas, grupos de discussão, tudo de graça.


Ah, vale lembrar que quase todos os museus de Madrid tem dias e horários gratuitos. Dê uma olhadinha no site antes de se programar.





O sistema público de bibliotecas já é muito completo e competente. O hábito de ler, na Europa em geral, é coisa séria ( e não estou me referindo aos dois livros semanais que são obrigatórios na universidade). É só entrar no metro e lá está uma fileira de cabeças baixas enfiadas em páginas da literatura. É para este público que foi criado o Bibliometro. Todas as principais estações têm uma banca com mais exemplares do que parece caber, desde clássicos raros, a super lançamentos, jornais e revistas mensais. É só se registrar e retirar seu livro. Na internet encontra-se o acervo completo de cada estação, e ainda se pode reservar e retirar (e devolver) na banca de sua preferência. Eficiente, né? As estações perto de centros turísticos possuem livros em inglês para atender os turistas.




Existem coisas que só brasileiro poderia criar, comida por kilo é a melhor delas. Existem outras que brasileiros deveriam ter criado: comida de graça. A tradiçao espanhola é simples: entre em um bar, peça uma bebida e pronto, te presenteiam com a janta. Ok, sao só aperitivos. Ok, tecnicamente você tem que gastar dinheiro. Mas hey, FREE FOOD! E em alguns bares as tapas (aperitivos) sao muito descentes: mini sanduiches, batata frita, porçao de jámon serrano, tortillas. Nada de pagar pelo couver. A unica regra é ficar em pé na balcao. Isso quando existem mesas. Nao importa porque a graça da noite madrileña é esta: sair de bar em bar, de balcao em balcao, de tapas em tapas, ate achar alguém um lugar interessante. O El Tigre é o meu preferido por muitas razões.



Nunca achei que seria real, mas existe. Sincoste é uma loja experimental que fica em um edifício meio hippie-collective (obvio), que, segundo um amigo, faz uma releitura do movimento Food Not Bombs . O nome, além de significar "sem custo", é uma ironia com a marca Lagoste. A ideia é fazer um intercâmbio de roupas de segunda-mão, em nome do um consumo sustentável. É que a Espanha possui um dos maiores mercados de comércio textil, e mesmo em crise as lojas nunca estão vazias e as coleções não param de ser renovadas. Pensando nisso o grupo criou um espaço onde se doa e recebe roupas usadas, assim sem burocracia. Ainda não peguei nada porque não consegui praticar desapego com minhas roupas e não acho justo não fazer a troca. Mas eu chego lá.


Miami, bitch

Nova York recebeu o Spring Break da NYU com vento, chuva e uma tempestade que cancelou o voo de todo mundo que eu conheço que tentou sair da cidade no sábado e me fez esperar no aeroporto Newark por mais de cinco horas. (by the way, nota mental: nunca mais voar com a American Airlines) Mas o importante é que, imprevistos a parte, chegamos em South Beach, a maior concentração de construções em Art Decó do mundo, lar dos endinheirados e dos turistas brasileiros, e um dos antros do Spring Break americano. E, mais importante, lugar de tempo bom e praia.


Ficamos num hostel onde todo mundo era ou gringo fugindo do frio da Europa, brasileiro voltando do Work Experience, ou americano querendo beber o dia todo e curtir o Spring Break. Eu e uma amiga austríaca da NYU estávamos mais num clima "vamos conciliar turismo, compras e festa como der" (o que acabou pendendo mais pro lado das compras e das festas). Mas aqui estão as highlights, com um certo atraso devido a falta de tempo e excesso de procrastinação:


Quem lembra do filme Pássaros, do Hitchcock? Se você, como eu, até hoje leva um susto toda vez que um pombo voa muito perto de você, é uma boa ideia usar óculos escuros nas praias de Miami. (todo mundo lembra o lugar que os pássaros atacam primeiro, né?) Como os pombos de Florianópolis, que hoje em dia nem ligam se você tentar pisar neles, as gaivotas de South Beach não fazem cerimônia na hora de desfilar perto da sua cabeça, e gostam de procurar comida na mão dos banhistas.


Art Decó é esse estilo vintage-feelings entre as décadas de 20 e 40. South Beach é considerado um distrito do estilo, a maior concentração do mundo, segundo os guias. Eu diria que é bem agradável andar pelas ruas observando as construções, e interessante reparar como tem sempre um grupo de frat-boys e sorotity-girls se embebedando em copos de plásticos e not giving a damn por perto.

Ah, e falando neles! O verde é um oferecimento do St. Patrick's Day, que os anglo-saxões levam muito a sério.

Tirei um dia pra realizar meus sonhos de infância e ir na Universal Studios (não rolou o pacote completo da Disney, porque Orlando fica a umas quatro horas de ônibus, mas não custa nada ter um gostinho, né?). Foto do exterior da Simpsons ride. Tentei tirar uma foto da placa vermelha, mas o cara não queria sair da frente. Então tive que incorporá-lo na paisagem.




As casas dos salva-vidas de South Beach, cada uma de um jeito, são uma gracinha. Então tinha que fazer parte do picspam.

E por último, duas coisas sooo Miami Beach (alguns diriam I'm in Miami, bitch!, a música que mais tava rolando na época).

1. Really big boobs, e 2. o apresentador de Miami Ink, cuidando da filha e conversando com amigos sobre como ele vai abrir um estúdio de tatuagem na Escócia.

Cidade em chamas

This fire is out of control,
I’m going to burn this city, burn this city




Dia 19 de março é dia de São José, aquele, o pai do Jesus que não é o Luz. Além de comemorar o dia dos pais, a Espanha inteira liga a TV pra ver as famosas Fallas de Valência. Me disseram que essa é a segunda maior festa de rua do mundo (perdendo apenas para o carnaval do Brasil). Então, rezando para que passasse longe de ser como o carnaval, me joguei em uma excursão que saiu de Madrid na manhã do dia 19 e voltaria às 6:00 do dia seguinte. Isto mesmo, 40 ônibus (só os que foram comigo) indo para Valência passar a madrugada na rua.


(sem contar que eles, muito inteligentes, pararam todos ao mesmo tempo para supostamente podermos ir ao banheiro e comer alguma coisa) #FAIL



Com todos os pontos turísticos fechados por causa do feriado e o céu monocromaticamente cinza, conhecer a cidade terá que ficar para outra oportunidade. Durante a semana das Fallas tudo se resume ao centro da cidade. Um labirinto de ruas cruzadas que não passar mil vezes pela mesma rua é um desafio. Mas em cada esquina, lá estavam elas: las Fallas.


O problema é que cada vez que começava a entender mais sobre o que se tratava a tal das Fallas, mas me confudia. Porque tudo tem esse nome. Mas vamos lá, abrasileirando tudo que é mais fácil. A festa é uma mistura de carnaval com festa junina. São José, é o padroeiro dos carpinteiros. Em homenagem a ele, há uns 100 anos, os carpinteiros começaram a fazer fogueiras enormes de madeira (festa junina feelings). Com o tempo, o amontoado de madeira começou a virar grandes esculturas de madeira, até chegar nessas que vemos hoje: temáticas e com viés visivelmente político.



Porém, Fallas também é o nome do grupo de pessoas que se reúnem para construir uma falla/escultura, que competem por um prêmio no final da festa. Ou seja, Fallas = escola de samba em menor escala. Fallas/ esculturas =carro alegórico.
Eles até elegem um madrinha de bateria, as Falleras, que são mulheres escolhidas pra representar a Falla e ao final da queima choram pelo ano de glamour de miss que se acabou.


- Acabou nunca mais seremos Falleras.
Se for como ex-miss no Brasil acabo de me tornar Vera Fischer


Há meia-noite começa a tão esperada queima. Confesso que deu dó ver esculturas tão bonitinhas que se pareciam com desenhos fofos de livro infantil serem queimados, levando a platéia a loucura. Mas tudo bem, eu me contento em apreciar o valor antropológico do ritual.



Paralelamente a isso, existem outras atrações, como uma imagem da Virgem enorme, que tem seu manto composto por flores que são oferecidas pelas Falleras durante a Ofrenda. Tem a Cabalgata, um desfile ao som de fogos de artifício – isso mesmo, SOM, porque é só o barulho ensurdecedor – a Mascletà que é um show pirotécnico de verdade durante a noite, e uma competição entre as ruas mais iluminadas, tipo bairro classe média alta paulistano no natal.


- Não sei, acho que as mansões dos Jardins têm um estilo mais contemporâneo de pisca-pisca.
- Já essa renda toda trabalhada é coisa fina



Foi hiper cansativo, mas valeu a pena. Sem dúvida é melhor do que axé – ou qualquer outro assassinato musical – entoando na cabeça pelas noites suadas do Brasil. Claro, que os espanhóis ainda precisam de uma lição brasileira de como se divertir em bando, mas a crença, a emoção e o entusiasmo que eles têm com suas tradições são de se admirar. Não sou boa o suficiente para explicar com palavras, então fiz um videozinho (tão de perto que sai bronzeada com o fogo) do momento exato da Cremá.


***

Eu não fui a unica a viajar. Letícia está em sua Spring Break (isso é tão The O.C.)e foi se tornar uma criança mais completa na Disney. Fico aguardado um post bem inspirado.

Na Pasarela, Cibele

Eu não sei se nós que somos muito atrasados ou a moda européia que é demasiada adiantada. Enquanto no Brasil o inverno do ombrismo, das rendas e tachas (de novo) ainda chega às lojas, aqui o pessoal já tá mostrando o inverno 2011(!)


Pegando carona nas últimas semanas de moda mais glamour da Europa, resolvi fazer a fútil (ok, todo mundo sabe que sou fashionista paraguaia assumida) e ir lá na Madrid Fashion Week Pasarela Cibeles dizer ¡Hola!


Nada de vermelhos dramáticos de Valentino, nem militarismo Balmain, nem elegância Givenchy. Encontrei era um evento loco, com gente esquisita. Mistura de criações sem pé nem cabeça com uma atmosfera tão espanhola estereotipada do jeitinho que titio Almodóvar me ensinou, com certas pitadas de vanguarda. Amei!





Depois de me divertir horrores com a minha incapacidade de entender a moda "conceitual" fui para casa me informar ao assistir um programa matinal a la Márcia Goldmit (ok, tô com preguiça de procurar), que possuia a seguinte frase rolando na tela: La moda española es arte o excusa para la falta de talento de los jovenes diseñadores? Nem preciso contar o quanto eu ri com a briga dos clássicos defensores da Haute Couture x muderninhos safados que sonham em ser stylist da Ke$ha.






Mas como eu sei que metade das pessoas que lêem este blog, inclusive a outra metade que escreve, nem ligam para essa coisa de semana de moda, vamos ao que interessa: o que vestia o público - a gente nem tanto como a gente. Saquei minha câmera, fingi que tinha um blog Streetstyle e fui clicando.






Óbvio que guardei o melhor pro final



¿Donde estavas? Salamanca

Eu sei, somos sou uma vergonha como blogueira. A verdade é que ainda estou me acostumando com a ideia. Criar um post se tornou um momento de angústia, sempre começo e deixo pra depois. Tem tanta coisa acontecendo que o tempo que sobra uso pra dormir. Mas vamos ser justos e cumprir a promessa... que saia um post. ¡Ya!


Meia noite. Estação de trem vazia em uma pequena cidade espanhola. Duas jovens brasileiras histéricas se abraçando. Deu pra imaginar? Pois então... fazia cinco meses que eu não via a Joana, amiga de anos que estava em intercambio em Portugal.

O reencontro se deu em uma viagenzinha básica pelo litoral Luso-Espanhol repleta de paisagens lindas, perna boa para caminhar, estômago preparado para degustar tudo o que víamos e fígado refinado acostumado à Bartolo estranhado os vinhos acima de R$ 5.




Como em toda cidade espanhola, La Plaza Mayor.
Mas essa é famosa. Estão reconhecendo? Não?


Se você quer ter uma vida bem universitária na Espanha, esse é o local. E não é pelas festas sertaneja-pagode-funk universitário ou qualquer outra festa cafona de mau gosto que tem no nosso querido Brasil. Estou falando de Europa, e cidade universitária na Europa têm: um centrinho charmoso construído na Idade Média, mil museus que exalam cultura, e vida noturna non-stop. E obvio muito, muitos estudantes.


Salamanca faz parte da comunidade autônoma de Castela e Leão e fica há uns 200km de Madrid. Não sei explicar direito o que tem de especial nessa cidade, só sei que ela fascina. Talvez seja a mistura irresistível entre a elegância e imponência arquitetônica com o o zumbido da juventude espanhola que atravessa pelas ruas sem pausa.




Rã na cabeça da caveira é tipo mascote da cidade.
Dizem que quem consegue achá-la em uma das torres da fachada
da Universidade terá sorte nas provas.


Atenção: qualquer pessoa que danificar livros ou
pergaminhos da biblioteca está sujeito à excomunhão.


De dentro da Universidade de Salamanca, em seu monumental edifício renascentista fundado em 1218 (a mais antiga da Espanha, os espanhóis juram que da Europa), pode-se ver nas mesmas cadeiras que pertenceram à Cristóvão Colombo, jovens “mudérrnos” e vintage como essa coisa fofa que parecia não sentir frio.

tálinda


Mas de tudo que vimos o que impressionou mesmo foi a Catedral, que é formada por duas torres que competem entre si para ver quem é maior e mais escândalo. Uma é barroca e outra romântica. Não que eu saiba diferenciar, mas na versão Ciça de arquitetura europea é assim: uma assusta (barroca) e a outra deslumbra (romântica). Fiz um vídeozinho bem tosco mas que dá para ter uma ideia.



Ah... e assim no meio do dia você pode encontrar com Los Tunas: grupo de estudantes que tocam músicas medievais em troca de dinheiro. É uma tradição antiga que eu esqueci de tirar foto mas o aquele menino do Multishow que tem o melhor emprego do mundo filmou. (lá pelo minuto 10:00)


Mas a fama da cidade se justifica a noite. Bares, restaurantes, praças. Chega meia-noite e os jovens começam a pipocar pelas ruas. Quer saber onde tem algo bom? È só segui-los. E foi o que fizemos.


Na primeira noite fomos para em... uma festa brasileira. Caipirinha, samba, Seu Jorge e um pessoal bacana de Fortaleza que foi essencial para a nosso segunda noite. Essa sim, típica salamanquense de Salamanca. Festa Espanhola, muita gente, do mundo todo (a universidade recebe cerca de 7 mil alunos estrangeiros por semestre), 5 euros, bebida liberada, a noite toda..... ou melhor até as 2:00. Nesse exato horário somos expulsos porque a casa fecha e outra abre. Ou seja, mil pessoas pelas ruas marchado de bar em bar. A última abre as 8:00, pra quem agüentar.


Ah... isso era uma terça-feira. Não fiquei para saber como era no sábado. Mas voltarei.



Em alguns minutos toda essa gente marchará em direção à próxima night





 

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