Fechem a carteira e venham comigo ...
Fechem a carteira e venham comigo ...
Dia 19 de março é dia de São José, aquele, o pai do Jesus que não é o Luz. Além de comemorar o dia dos pais, a Espanha inteira liga a TV pra ver as famosas Fallas de Valência. Me disseram que essa é a segunda maior festa de rua do mundo (perdendo apenas para o carnaval do Brasil). Então, rezando para que passasse longe de ser como o carnaval, me joguei em uma excursão que saiu de Madrid na manhã do dia 19 e voltaria às 6:00 do dia seguinte. Isto mesmo, 40 ônibus (só os que foram comigo) indo para Valência passar a madrugada na rua.
(sem contar que eles, muito inteligentes, pararam todos ao mesmo tempo para supostamente podermos ir ao banheiro e comer alguma coisa) #FAIL
Com todos os pontos turísticos fechados por causa do feriado e o céu monocromaticamente cinza, conhecer a cidade terá que ficar para outra oportunidade. Durante a semana das Fallas tudo se resume ao centro da cidade. Um labirinto de ruas cruzadas que não passar mil vezes pela mesma rua é um desafio. Mas em cada esquina, lá estavam elas: las Fallas.
Foi hiper cansativo, mas valeu a pena. Sem dúvida é melhor do que axé – ou qualquer outro assassinato musical – entoando na cabeça pelas noites suadas do Brasil. Claro, que os espanhóis ainda precisam de uma lição brasileira de como se divertir em bando, mas a crença, a emoção e o entusiasmo que eles têm com suas tradições são de se admirar. Não sou boa o suficiente para explicar com palavras, então fiz um videozinho (tão de perto que sai bronzeada com o fogo) do momento exato da Cremá.
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Eu não fui a unica a viajar. Letícia está em sua Spring Break (isso é tão The O.C.)e foi se tornar uma criança mais completa na Disney. Fico aguardado um post bem inspirado.
Eu não sei se nós que somos muito atrasados ou a moda européia que é demasiada adiantada. Enquanto no Brasil o inverno do ombrismo, das rendas e tachas (de novo) ainda chega às lojas, aqui o pessoal já tá mostrando o inverno 2011(!)
Pegando carona nas últimas semanas de moda mais glamour da Europa, resolvi fazer a fútil (ok, todo mundo sabe que sou fashionista paraguaia assumida) e ir lá na Madrid Fashion Week Pasarela Cibeles dizer ¡Hola!
Nada de vermelhos dramáticos de Valentino, nem militarismo Balmain, nem elegância Givenchy. Encontrei era um evento loco, com gente esquisita. Mistura de criações sem pé nem cabeça com uma atmosfera tão espanhola estereotipada do jeitinho que titio Almodóvar me ensinou, com certas pitadas de vanguarda. Amei!
Eu sei, somos sou uma vergonha como blogueira. A verdade é que ainda estou me acostumando com a ideia. Criar um post se tornou um momento de angústia, sempre começo e deixo pra depois. Tem tanta coisa acontecendo que o tempo que sobra uso pra dormir. Mas vamos ser justos e cumprir a promessa... que saia um post. ¡Ya!
Meia noite. Estação de trem vazia em uma pequena cidade espanhola. Duas jovens brasileiras histéricas se abraçando. Deu pra imaginar? Pois então... fazia cinco meses que eu não via a Joana, amiga de anos que estava em intercambio em Portugal.
O reencontro se deu em uma viagenzinha básica pelo litoral Luso-Espanhol repleta de paisagens lindas, perna boa para caminhar, estômago preparado para degustar tudo o que víamos e fígado refinado acostumado à Bartolo estranhado os vinhos acima de R$ 5.
Se você quer ter uma vida bem universitária na Espanha, esse é o local. E não é pelas festas sertaneja-pagode-funk universitário ou qualquer outra festa cafona de mau gosto que tem no nosso querido Brasil. Estou falando de Europa, e cidade universitária na Europa têm: um centrinho charmoso construído na Idade Média, mil museus que exalam cultura, e vida noturna non-stop. E obvio muito, muitos estudantes.
Salamanca faz parte da comunidade autônoma de Castela e Leão e fica há uns 200km de Madrid. Não sei explicar direito o que tem de especial nessa cidade, só sei que ela fascina. Talvez seja a mistura irresistível entre a elegância e imponência arquitetônica com o o zumbido da juventude espanhola que atravessa pelas ruas sem pausa.
De dentro da Universidade de Salamanca, em seu monumental edifício renascentista fundado em 1218 (a mais antiga da Espanha, os espanhóis juram que da Europa), pode-se ver nas mesmas cadeiras que pertenceram à Cristóvão Colombo, jovens “mudérrnos” e vintage como essa coisa fofa que parecia não sentir frio.
Mas de tudo que vimos o que impressionou mesmo foi a Catedral, que é formada por duas torres que competem entre si para ver quem é maior e mais escândalo. Uma é barroca e outra romântica. Não que eu saiba diferenciar, mas na versão Ciça de arquitetura europea é assim: uma assusta (barroca) e a outra deslumbra (romântica). Fiz um vídeozinho bem tosco mas que dá para ter uma ideia.
Ah... e assim no meio do dia você pode encontrar com Los Tunas: grupo de estudantes que tocam músicas medievais em troca de dinheiro. É uma tradição antiga que eu esqueci de tirar foto mas o aquele menino do Multishow que tem o melhor emprego do mundo filmou. (lá pelo minuto 10:00)
Mas a fama da cidade se justifica a noite. Bares, restaurantes, praças. Chega meia-noite e os jovens começam a pipocar pelas ruas. Quer saber onde tem algo bom? È só segui-los. E foi o que fizemos.
Na primeira noite fomos para em... uma festa brasileira. Caipirinha, samba, Seu Jorge e um pessoal bacana de Fortaleza que foi essencial para a nosso segunda noite. Essa sim, típica salamanquense de Salamanca. Festa Espanhola, muita gente, do mundo todo (a universidade recebe cerca de 7 mil alunos estrangeiros por semestre), 5 euros, bebida liberada, a noite toda..... ou melhor até as 2:00. Nesse exato horário somos expulsos porque a casa fecha e outra abre. Ou seja, mil pessoas pelas ruas marchado de bar em bar. A última abre as 8:00, pra quem agüentar.
Ah... isso era uma terça-feira. Não fiquei para saber como era no sábado. Mas voltarei.